DETERMINAÇÃO DOS ÓTIMOS TÉRMICOS EM RELAÇÃO À MORTALIDADE ANUAL - ANÁLISE DE PORTO, COIMBRA E LISBOA

Autores/as

  • Jorge Marques Instituto Português do Mar e da Atmosfera
  • Sílvia antunes Instituto Português do Mar e da Atmosfera
  • Baltazar Nunes Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge
  • Carlos Dias Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge
  • Susana Silva Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge

Resumen

As variáveis atmosféricas em determinadas situações podem causar ou agravar sintomas e debilidades na saúde das populações e, em condições extremas, podem mesmo colocar em risco a continuidade da vida dos seres humanos. A temperatura do ar, entre os diversos elementos climáticos, é dos que mais influenciam os processos biológicos dos seres vivos e, consequentemente, todas as atividades humanas (ex., Sacarrão, 1981; Peixoto, 1987). Os estudos sobre as várias influências que o tempo e o clima podem exercer no conforto humano ou na saúde pública em Portugal aumentaram durante as últimas décadas. Alguns exemplos são apresentados nos trabalhos desenvolvidos por Rodrigues (1979), Falcão et al. (1988 e 2004), Pinheiro (1990), Garcia (1999), Marques (2007) e Guerreiro (2011). O conhecimento científico sobre este tipo de relações não tem parado de aumentar, mas o efeito do clima sobre a saúde humana também não tem parado de crescer. As alterações climáticas são presentemente uma evidência à escala global, particularmente visível na diminuição das calotes polares com o aumento da temperatura do ar do planeta Terra. Perante estas projeções são vários os autores que desenvolvem cenários para uma diminuição da mortalidade na época mais fria do ano e um aumento durante o período estival, sobretudo devido à ocorrência de ondas de calor. No entanto, na grande maioria dos países do hemisfério norte, a mortalidade é mais elevada durante a época mais fria do ano, apesar de existirem certos fatores e circunstâncias (sociais e económicas) que podem ser determinantes para explicar alguns dos riscos de morrer. Neste estudo analisam-se as relações entre a temperatura do ar (máxima e mínima) e a mortalidade em três dos mais populosos distritos de Portugal Continental, Coimbra, Lisboa e Porto. Pretende conhecer-se a vulnerabilidade da população de cada um destes distritos às temperaturas máxima e mínima do ar utilizando o número de óbitos, os modos de variação da mortalidade com a temperatura e identificar a existência de ótimos térmicos (máximos e mínimos) através dos valores de mortalidade mais baixos

Citas

Sacarrão, G.F. (1981), A temperatura como factor ecológico, Secretaria de Estado do Urbanismo e Ambiente, Comissão Nacional do Ambiente, pp. 184. Peixoto, J.P. (1987), O sistema climático e as bases físicas do clima, Secretaria de Estado do Ambiente e dos Recursos Naturais, pp. 187. Rodrigues B. (1979), O estado do tempo e as doenças reumáticas, Revista Portuguesa de Clínica e Terapêutica, 5 (1), pp. 25-32. Falcão J.M., Castro M.J., Falcão J.P. (1988), Efeitos de uma onda de calor na mortalidade da população do distrito de Lisboa, Saúde em Números, 3 (2), pp. 9-12. Falcão, J.M., Nogueira, P.J., Paixão, E.J. (2004), Efeitos do frio nas famílias portuguesas, Observatório Nacional de Saúde, Estudo na amostra ECOS. Pinheiro C. (1990), Um frio de morrer ou a variação da mortalidade e clima nos distritos de Viana do Castelo e de Faro, Arquivos do Instituto Nacional de Saúde, 15, pp. 61-112. Garcia A.C., Nogueira M.J., Falcão J.M., (1999), Onda de calor de Junho de 1981 em Portugal: efeitos na mortalidade, Revista Portuguesa de Saúde Pública, Volume temático: 1, pp. 67-77. Marques J. (2007), Condições climáticas de Inverno e a mortalidade diária no distrito de Lisboa, Tese de mestrado apresentada à Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, pp. 101. Guerreiro V. (2011), Mortalidade e conforto bioclimático em Coimbra estudo da vulnerabilidade das populações ao frio, Tese de mestrado apresentada à Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, pp. 183.

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Publicado

2020-03-16